Humanizando ambientes

, , 2 comments
<a href="http://www.bloglovin.com/blog/13810989/?claim=tu5zm89y9fy">Follow my blog with Bloglovin</a>

Uma das coisas que eu mais gosto na hora de planejar um ambiente é ter a permissão de me colocar no lugar de seu futuro usuário...essa é, para mim, a parte mais estimulante do processo de projeto. 

Claro que existem padrões pré-estabelecidos pelo mundo fashion, conhecimento teórico e combinações de estilos pelos quais é preciso entender e estar sempre atualizado, mas se não conhecermos e entendermos o usuário daquele espaço fica improvável um projeto de qualidade. Afinal, quem pode avaliar o ambiente senão o próprio usuário?


Cada pessoa tem seu próprio estilo, suas particularidades, seu modo de vida, suas preferências, e no final de tudo isso, é preciso criar um espaço que satisfaça aquele modo de vida - que pode ser completamente diferente do meu.

Muito mais do que pesquisar idéias, estudar estilos e definir formas, sinto a necessidade de conhecer - ou reconhecer - o cliente.

Se o ambiente é claro ou requer iluminação artificial, ou se irá ter um sofá super-estiloso, ou iremos integrar a cozinha com a sala criando um grande espaço onde forma e função caminharão juntas num grande living social...isso depende de qual é a forma de vivência e convivência dos usuários do ambiente em estudo.

Procuro sempre perceber e, principalmente, sentir a particularidade de cada um. Isso porque - segredinho - meu lado que quis fazer psicologia antes de fazer arquitetura fala mais alto: adoro conhecer e entender as diferenças do ser humano. E é por isso que sigo "humanizando ambientes".

Na hora que planejamos um espaço, entendemos as diferenças humanas, entendemos que todo ser é um, com seu estilo, sua cultura, sua bagagem genética e de aprendizado.

(Obs: claro, nem todos querem dividir detalhes da vida...mas mesmo com pouca informação, é nessa etapa do processo de projeto que vem a idéia inicial, o começo da criação)

Como iniciar
Bom, eu começo criando um checklist do que importa para o usuário nesse ambiente que será criado (ou re-criado). Se ele gosta de luz natural, se gosta de assistir filmes, se trabalha em casa, se tem costume de receber amigos e, quando isso acontece, prefere preparar as refeições e faz disso um momento de lazer e interação, entre outras situações.

Anotar tudo no papel - pois para projetar um espaço, é necessário primeiro analisar todas as informações.

Com todo esse checklist feito, eu me coloco no lugar do usuário. Eu penso como seria minha vida se, por exemplo, eu fosse um homem solteiro, com trinta e poucos anos, fotógrafo, trabalho em casa, não tenho costume de receber amigos e adoro assistir filmes. Ou então, como seria minha vida se minha família fosse uma família que adora viajar, com um casal de filhos pequenos e nos finais de semana adoram receber amigos com criança para almoços? Ou então, somos um casal já de idade que nunca teve filhos, viemos morar na praia, adoramos leitura e não temos o costume de organizar a casa.

Estratégias
Nessa hora é preciso levantar estratégias pra saber quais as melhores alternativas para cada caso e cada especificidade. Aí vem o conhecimento e a importância de estar atualizada.
- Definir espaços para lazer de crianças e uma área toda integrada de serviço e lazer é uma ótima opção para a família que tem uma vida mais agitada e gosta de receber amigos com filhos.
- Projetar estantes para livros e móveis abertos e de fácil acesso para o casal que gosta de ler e não tem hábito de organizar muito a casa, é uma opção interessante que pode ser estudada.



- Para um fotógrafo que trabalha em casa e lá gosta de estar, me imagino num ambiente todo integrado...já que dificilmente alguém irá interferir na minha individualidade.

Quarta, quinta, sexta...décima etapa: conversa e troca de idéias, porque, claro, é impossível tomar conhecimento de anos de vida em apenas uma semana (ou, as vezes, até menos)!


2 comentários: